Andarilhos da noite

Author: Tatiana Oliveira Lima / Marcadores:


Todo jovem solteiro tem uma obrigação imposta pela sociedade: sair no sábado à noite (no mínimo).
Caso não o faça, se sente incomodado, excluído do meio, por fora de tudo que está acontecendo ao seu redor, em uma situação de purgatório, se é que me entendem.
Tudo bem, o final de semana foi feito para se descansar, mas tem sido transformado num eterno ritual para encontrar um par (ou vários, no caso de alguns), em saídas intermináveis onde você acaba tendo que se adaptar aos padrões da sociedade para se encaixar no perfil perfeito de um parceiro ideal.
Então começa o jogo. Todas as frases, ações, e movimentos são seguidas de intenções, e não de primeiras ou segundas, mas terceiras, quartas, quintas... cada palavra é calculada, cuidadosamente pensada e escolhida, para que seja reduzida ao mínimo a chance de a “investida” dar errado.
Logo você observa a balada se tornando um território de um por todos, todos por todos, um contra todos e todos contra todos. Tudo vira motivo para disputa (isso acaba se tornando cansativo ou vazio para os que estão no jogo há muito tempo, ninguem consegue jogar o mesmo jogo pelo resto da vida!).
Mas existem os dissidentes, a espécime em extinção que ainda sai para se divertir com os amigos, dançar, conversar e trocar experiências. Esses, são os “nerds” da balada, os incompreendidos. São pessoas que não entram no jogo dos solteiros, são solteiros e não solteiros que se saciam com a companhia da boa música e das boas companhias.
Acho viável denominar esses diferentões de “Andarilhos da Noite”, já que estão na eterna busca pela diversão, pelo que lhes convém, sem se preocupar com a opinião alheia e com comodismo social. A filosofia de vida deles é o “antes só do que mal acompanhado”, e não se contentam com saidas em que o importante é ficar com alguem, ou com a competição de quem conquista mais pessoas durante uma noite, estão simplesmente em busca da boa companhia. Se um lugar não lhes agrada, vão para outro. Pouco lhes importa as normas sociais, o que importa no fim da noite, é a diversão.
Mas voltando aos convencionais, aqueles que se encaixam nos padrões da “normalidade” (se você acha normal tratar pessoas como objetos sem sentimentos que você irá esquecer no dia seguinte). O interessante é que essas pessoas acabam encontrando um par, mesmo desvalorizando inúmeras pessoas, encontram a “tampa da sua panela”, nem que seja um prato que se encaixe no topo para suprir a necessidade momentanea de preencher o vazio.
Após encontrar a metade da sua laranja (estando ela podre, azeda ou moderadamente perfeita), os comuns se acomodam, se aquietam, mas muitas vezes não conseguem se desligar do jogo da sedução, e acabam perdendo a goiabada do seu queijo, e voltando a dar tiros loucamente, sem saber em que direção mirar.
Talvez o segredo da felicidade dos andarilhos seja esse, eles sabem seu foco, sabem onde colocar sua mira, e tem plena consciência do que realmente é importante, deixando as vontades superficiais e carnais um pouco de lado, por mais que algumas vezes recorram a essas vontades, por que ninguem é de ferro!
Poderíamos até pensar em um mundo com mais andarilhos, como sendo ideal, mas assim eles iriam perder o seu charme, o eterno e indesvendável mistério do seu modo de vida.
TOL

3 comentários:

Felipe Saldanha disse...

E vivam os andarilhos da noite!

Anônimo disse...

Simples, engraçado e verdadeiro!

hahahahah...amei!XD

hey... verdade...

"E vivam os andarilhos da noite!!!"
XD

X* da JaPa!

Henrique disse...

"NERDES DA NOITE" KKKK
RI D+

HENRIQUE.. ANDARILHO DA PRAÇA

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